Flaviana carrega no sangue a memória de um povo que tentaram calar.
Kinikinau – um nome que quase sumiu dos mapas, mas nunca dos corações.
Ela é mãe, artesã, guardiã.
Cada peça sua é um ato político, um abraço nos filhos, um grito contra o
esquecimento.
O que ela faz com as mãos, cada um dos filhos aprendeu com os olhos.
O povo Kinikinau foi oficialmente declarado extinto em 1976 — uma sentença que tentou apagar séculos de história, cultura e resistência. Mas essa “extinção” nunca foi real. Os Kinikinau vivem, respiram e lutam até hoje. Eles carregam em suas mãos a força ancestral que molda cada peça de artesanato, em cada gesto de cerâmica, em cada palavra falada na sua língua.
Dizer que os Kinikinau estão extintos é ignorar a coragem de um povo que sobreviveu a guerras, expulsões e ao silêncio imposto pela invisibilidade. Eles resistem não apenas para existir, mas para reafirmar sua identidade, sua cultura e seu direito de serem reconhecidos como protagonistas da própria história.
Este povo não é uma página virada no passado, mas uma chama viva que ilumina o presente e inspira o futuro.